sexta-feira, 17 de junho de 2011

Reflexão sobre o Estágio

Compreendemos que o momento do estágio é algo indispensável a qualquer profissional, dessa forma penso que a prática se torna a melhor maneira de compreender como se dá o processo de desenvolvimento em especifico na área de educação, á aprendizagem dos alunos. A prática dentre vários pontos positivos nos possibilita uma melhor visão sobre os desafios ou impasses tão presentes no cotidiano escolar, proporcionando assim a desconstrução e construção juntamente sobre os saberes adquiridos ao campo acadêmico, para uma prática mais condizente sobre a realidade. Como bem ressalta Freire (1998, p. 25) “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Dessa forma considero que as necessidades presentes no cotidiano escolar é o que deverão melhor guiar o planejamento docente.

As relações são múltiplas na sala de aula, os alunos e suas atitudes são bastante complexas, frente a isto, não podemos deixar de considerar que certas atitudes que muitas vezes condenamos quando em observação aos regentes da área de educação, certamente quando em prática veremos que nem sempre poderemos desconsiderar. A reflexão deverá ser constante frente a esta realidade encontrada em sala.

Pela prática de estágio, compreendi ainda mais, a princípio ao ensino infantil, que a sala de aula aos “pequenos aprendizes” deverá antes de tudo ser um ambiente acolhedor, pois o aluno indisciplinado, fator que observamos muito no estágio, é muitas vezes reflexo do ambiente familiar, dessa forma, o professor poderá assumir, quando possível, a tarefa de proporcionar momentos de ludicidade e assim desenvolvimento da aprendizagem de forma mais prazerosa e assim eficaz, pois como mediadores do conhecimento, é relevante considerar que no cotidiano escolar a relação de afetividade “é o motor propulsor do ato educativo,” vez que implica o acolhimento, a sensibilidade e a atenção diante as necessidades tão presentes ao ambiente. Neste sentido, Abreu (2001, p. 19) afirma que, “a atuação do professor que busca apoiar efetivamente seus alunos exige uma atitude de acolhimento, tanto nos aspectos didáticos quanto nos de relação interpessoal”.

O estágio do ensino fundamental ocorreu num período de quatro semanas, contemplando a cada semana os valores: obediência, amizade, amor e paz respectivamente. A este estágio, pude perceber fatores que podem por vezes atrapalhar a aprendizagem dos alunos, aqui ressalto novamente a indisciplina tão percebida e vivenciada a alguns colegas de estágio. Percebemos a heterogeneidade que cada sala pode apresentar e o quanto ela é complexa.

Por esta complexidade é que ressalto ainda mais que “não haverá receita pronta” capaz de assumir as necessidades originadas ao ambiente, pois poderemos ao contrário ser passiveis e contribuir as lacunas ou falhas já tão presentes ao sistema educacional. Reconheço, por vez, a necessidade do planejamento diário das atividades a serem desenvolvidas que por vez deverá atender as reais necessidades dos sujeitos no processo, contemplando o respeito sobre a realidade ao nível de conhecimento dos alunos, fator de relevância a prática educativa.

Neste sentido, Libânio (1994) ao falar da importância do planejamento afirma que este é um processo que visa articular o trabalho da escola com a realidade social, sendo assim,

É uma atividade de reflexão acerca das nossas opções e ações; se não pensarmos detidamente sobre o rumo que devemos dar ao nosso trabalho, ficaremos entregues aos rumos estabelecidos pelos interesses dominantes na sociedade (1994, p. 222).

Diante a dinâmica que se apresenta o estágio, é válido considerar, que estamos sempre em processo de formação, e pensar que iríamos para o estágio ou já sairíamos prontos para a profissão, é pensar de forma errônea, dessa maneira, reflito o estágio como uma das diversas etapas fundamentais que poderá nos conduzir à construção da identidade pedagógica.

Frente a este processo tão importante a minha formação acadêmica, agradeço em especial ao momento do estágio, a minhas colegas Leila de Almicê, Gabriela Moraes, a minha amiga Geisa Gomes, as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para este processo formativo, não esquecendo da nossa professora orientadora Socorro Cabral, vez que nos possibilitou também encontros de reflexão para a construção de um projeto tão válido frente às necessidades atuais da nossa sociedade.

sábado, 16 de abril de 2011

A pesquisa como eixo de formação docente


Como bem salientado no texto por Esteban e Zaccur, a pesquisa até pouco tempo era sinônimo, de grandes cientistas em laboratórios investigando, sabendo da complexidade que é a escola, o professor cada vez mais busca soluções para tais problemáticas presentes no cotidiano escolar. Atualmente neste campo provocativo, encontra-se na educação estão, o profissional, ou professor do ensino básico nos fazendo questionar sobre esta idéia da universidade como único campo de conhecimento.
Há nesta modalidade de educação, diversos conhecimentos que são produzidos por pesquisadores acadêmicos, e talvez na tentativa de um melhor resultado sejam levados por estes docentes da educação básica para sala. Todavia como trazido nas discussões destas autoras, o profissional da educação deverá construir sua própria pratica a partir de bases vivenciadas em seu cotidiano.
Contudo, a realidade que se encontra sob pensamento do sistema capitalista é que a educação segue ancorada a tais princípios, dificultando a superação da dicotômica relação entre o pensar e o fazer, dessa forma, seguindo a este modelo onde uns fazem e outros que aplicam, os métodos pedagógicos são refletidos na educação que acaba mascarando por sua vez, a exclusão e a não formação de sujeitos críticos e autônomos.
Por isso a necessidade cada vez mais da formação de professores - pesquisadores, para tanto, a pesquisa levantada e aprofundada ao campo teórico se faz relevante, pela complexidade e assim necessidades que surge na realidade do espaço de educação.
Neste sentido, a precisão da pesquisa ao currículo nos cursos de formação de professores. Não deixando de enfatizar a relevância da relação dialética e dialógica que evidencia a construção do conhecimento mutuo.
O estágio como também um momento de pesquisa para a formação acadêmica, é de extrema relevância, por proporcionar a relação da aprendizagem teórica sobre a prática, e assim a ação – reflexão - ação, onde há a inquietação e assim a ressignificação sobre a prática docente.
Dessa forma, relevante enfatizar, o papel do professor que deverá assumir como um constante pesquisador, diante da complexidade do sistema educacional, permitindo a postura reflexiva tão importante para este contexto que se faz de tamanha responsabilidade, ou ao menos que deveria assumir, para que então o processo de ensino e aprendizado se constitua de forma significativa para todos envolvidos.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Porque o estágio para quem não exerce o magistério: o aprender a profissão


 A certificação em reflexo das reformas educacionais e da legislação de ensino tem sido atualmente a maior preocupação de pessoas que já exerceram o magistério. Em conseqüência, cada vez mais profissionais da educação são inseridos nas salas das universidades. A experiência com magistério, nessa busca por uma melhor e necessária qualificação, traz inúmeras inquietações, em especial, sobre o estágio. 

Diante disso, as autoras enfatizam o estágio para alunos que não tiveram a experiência com o magistério, considerando esse período como indispensável e bastante rico na vida desses que queiram ingressar e ter uma melhor formação à profissão escolhida. É um momento de aprender a profissão docente, onde o formador/supervisor se coloca como mediador entre o aluno, a teoria, a prática e a realidade. Contudo, penso que essa prática será melhor validada, se oferecer condições adequadas para esta apropriação de conhecimentos e trocas de experiências. 

A falta de uma infra-estrutura adequada, as salas super lotadas, e a insuficiente valorização do profissional, são fatores dentre outros, que podem desmotivar a este processo da construção da identidade pedagógica. Costumamos dessa forma, nos deparar com situações diversas que nos fazem questionar sobre a validade das concepções teóricas tão presentes no campo acadêmico. Aos poucos podemos notar então que estas nos serão sempre úteis, contudo, não suficientes para dar conta sob os percalços ou complexidade da educação.

A formação é uma fase de apropriação do conhecimento que nos permite aplicar um pouco ou ousar sobre o conhecimento adquirido em sala, contudo, é possível analisar que além da teoria e experiência, se faz relevante ainda, a mediação oferecida pelo formador/supervisor, que irá melhor orientar ou auxiliar nesta caminhada.
Outro ponto frisado pelas autoras é acerca da insegurança comum entre os estagiários ao assumirem uma sala de aula, sentem-se despreparados para a boa ou “ideal” atuação, assim é relevante a compreensão sobre a dinâmica da escola, (re)conhecendo a realidade sócio-cultural dos sujeitos envolvidos e analisando o seu real papel como estagiário que se faz na ação-reflexão-ação.

Portanto, é importante compreender o estágio como um momento facilitador da articulação teoria-prática e tão necessário a este processo de formação, vez que nos deparamos ou nos são oportunizadas o contato real da prática escolar.

Esta inserção na realidade deverá proporcionar um olhar mais atento, reflexivo e não meramente crítico, mas sim centrado sob esta dinâmica que se instaura no processo de ensino e de aprendizagem da realidade escolar.

As autoras deixam evidente a importância de conhecer primeiramente o espaço cultural que a escola e sujeitos estão envolvidos, para então oferecer um acompanhamento mais propício e significante a sua formação. Todavia é preciso “compreender a realidade para ultrapassá-la” (p.111).

Certamente, não iremos ao estágio com uma “bagagem” suficiente para enfrentar os percalços da sala de aula, bem como aplicar perfeitamente os conteúdos teórico-metodológicos, pois a formação nunca dará conta de uma realidade que se move.

PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lecuna. Estágio e Docência. São Paulo: Editora Cortez, 2004.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Passo a passo da minha formação


Nascida nesta cidade de Jequié-BA sou filha caçula, garota tímida, bastante carinhosa, observadora e de poucos verdadeiros amigos. Gosto de animais e de estar sempre em contato com as pessoas acolhedoras, gosto bastante de conversar com pessoas mais velhas, por transmitirem além da calma a experiência de vida.

Em respeito as minhas primeiras atividades escolares, estas se iniciaram em uma instituição de ensino da rede privada, ao qual fui matriculada juntamente com minhas duas irmãs. A todo receio de estar ao primeiro contato com pessoas desconhecidas, ofereceu uma sensação de medo, acredito que como toda criança ao ir à primeira vez a escola. Penso que por ser a caçula da família, fui um pouco “estragada” pelos mimos do pai, e assim refletiu um pouco para minha insegurança e assim a forma de estar em sociedade. A esta fase escolar se iniciava com cobranças não só pessoal como também pelo quadro escolar, aqui cito a importância e contribuição de alguns poucos professores que se fizerem presentes para o meu processo de alfabetização e assim formação e outros não deixarão de serem lembrados pelo lado cruel a que se fizeram tão presentes.

Pela minha caminhada ao curso de pedagogia na UESB, compreendi quantas falhas foram cometidas e ainda são tão presentes nas redes de ensino. Aqui destaco a importância do educador e o seu papel como facilitador no processo de ensino aprendizagem. Sob olhar de diversos teóricos apresentado em minha vida acadêmica, destaco a este momento o ilustre Paulo Freire, a que vem oferecendo reflexões sobre a importância de uma ação transformadora, cabendo ao professor oferecer ferramentas necessárias para que o aprendizado significante de fato ocorra. O respeito ao individual do aluno, a questão cultural ou também psicológica, vem a ser um fator assim relevante.

Aos poucos pontos que me recordo na instituição onde fui alfabetizada, lembro das famosas cartilhas em que penso terem sim trazido contribuições para a minha formação, lembro também do modelo tradicional de avaliação, onde em semana de prova, as fileiras eram arrumadas e sob ordem escolhida pelo docente, iniciávamos as atividades. Havia também outras formas de avaliar, a exemplo dos trabalhos, dicionários a elaborar com figuras, mapas para decalque, e não deixarei de citar a oratória, momento este de bastante tensão. Estas de fato havia um pouco de dificuldade para acompanhar.

Ao mudar da escola privada para a pública, senti uma grande diferença em especial pela falta de comprometimento de alguns professores faltosos. A despreocupação em oferecer conteúdos, e o diferenciado ritmo da instituição, a que causou uma certa estranheza. As cobranças agora pareciam insuficientes ao que estava acostumada, mas o modelo tradicional de avaliação em alguns aspectos ainda se fazia e se faze presentes.

Por este período de formação na faculdade pude então aos poucos compreender não só a mim mesma, como também vem possibilitando refletir sobre os desafios e as ilicitudes (erros), cometidas e encontradas nas práticas de educação atuais, sendo estas capazes de incentivar ou desmotivar ao individuo para a sua ascensão em sociedade. Compreendi então dentre várias teorias estudadas e pela prática de estágio nas séries iniciais, a relevância da motivação proporcionada pelo docente aos seus alunos. 

O professor, ao oferecer uma proposta de educação dinâmica, prazerosa e considerável a realidade social de seus alunos, a aprendizagem eficaz se torna apenas uma possível conseqüência.

Nesta fase acadêmica, cada momento vivenciado foi realmente único, e ficará marcado, pois nos trouxe além de uma rica experiência, o sentir da gratidão expressado pelos olhos atentos, beijos e abraços apertados a que lembro no estagio da educação infantil. Penso então, que valeu a pena, e sempre valerá enquanto acreditarmos que apesar das deficiências enfrentadas pelo Sistema Educacional, poderá ser gratificante o resultado, quando a ação docente propor a diferença, atuando com respeito e compromisso com a profissão escolhida.

Vale ressaltar ainda que para a realização das minhas atividades acadêmicas, foi de suma importância a colaboração e incentivo das minhas colegas Geisa e Érica, por compreenderem algumas dificuldades a por apostarem quando nem a mim mesma encontrava confiança. A esta elevo a importância, como citada acima da motivação e a boa interação entre os sujeitos envolvidos no processo da educação.

Para tanto, considero assim o estágio, um momento rico e imprescindível de aprendizado onde através dele podemos ter a oportunidade de assimilar a teoria e a prática, conhecendo a realidade do dia-a-dia da profissão almejada, pois sabemos que o aprendizado se torna muito mais eficaz quando adquirido em meio à experiência.